A arte

A
 a r t e 

 

A auto-realização requer uma identidade com sentido real do presente para existir continuidade de futuro, as satisfações do futuro são reflectidas no presente, mesmo que não sejam essas as suas necessidades, pretende-se assim um equilíbrio entre as diferenças temporais. Na visão idealista a arte é vista como um impulso estético, com importante papel na transposição para o mundo objectivo, a visão como apoio à arte de construir, sugerindo a liberdade do desejo imediato, e a passagem do sujeito para o objecto, tornando pública e objectiva essa auto-realização que de outra forma seria privada e confusa. A paixão do desejo erótico como impulso do

presente imediato, concebido ao nível animal, sugere-nos uma perca do EU, com uma constante mudança de um impulso para outro, sem satisfação plena, simplesmente a gratificação momentânea do desejo sem reflexão, sobre o significado ou valor. A sociedade humana de outra forma é elaborada na procura da gratificação mas com formas e rituais elaborados, com romance, com corte e casamento, tendo origem em valores e concepções partilhados à muito, recusando o prazer momentâneo mas a apreensão do EU durável. É induzido no indivíduo uma formação e sensibilidade que se impõe a urgência do impulso, com intimação de paixões que transcende os motivos presentes, esta opção não só é uma gratificação, uma maneira de ser, mas também uma forma de vida. Através destas formas e analogias o amor se transforma no sentido platónico como uma forma de conhecimento do EU e do seu outro, que ultrapassa a realização do desejo.

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O homem na Metrópole

O homem na Metrópole

A metrópole é efectivamente uma formação linguística, um ambiente constituído por um emanar de um discursos objectivos, de códigos predispostos e uma gramática materializada. Orientarmo-nos na grande cidade significa fazer experiência da linguagem essa, com uma multiplicidade de enunciados, metáforas, nomes próprios, soluções propostas, de tempo e modo verbal, implicações que nos propõem uma instrutiva analogia. A teoria têm consequências imediatas para a filosofia da razão prática, não percamos a noção de que a felicidade, é a completa satisfação do ser racional só possível existir com a consciência de reflectir sobre si mesmo com satisfação. A felicidade requer a realização de ser humano, para Hegel a auto-realização só seria possível num mundo com referenciais humanos, marcas de acção humana, na teoria marxista previa-se um trabalho alienado, o homem era inserido de tal forma no ambiente era comprimido num jogo de sinais que não conseguia sair de si mesmo, da mesma forma não lhe era possível interiorizar-se. O homem alienado não sente o que está a fazer, nem o que sente, no decurso do seu trabalho diário assim toma essa actividade mais exigida dele do que originada nele.

 

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Metrópole, da língua grega metropolis(μήτηρ, mētēr = mãe, ventre e πόλις, pólis = cidade), designa áreas urbanas formadas por uma ou mais cidades ligadas entre si fisicamente (conurbadas)[1][2] ou através de fluxos de pessoas e serviços[1] e que assumem importante posição (econômica, política, cultural, etc.) na rede urbana da qual fazem parte (correspondentes, na classificação do IBGE[3], às metrópoles regionais e nacionais).

Metrópole em português significa também (como em várias outras línguas: Metropolis em inglês, Métropole em francês, etc) uma cidade, uma nação ou um Estado em relação às suas colónias ou ao seu ultramar. Nesse sentido, toda a colónia tem uma metrópole, que lhe deu origem e da qual depende.

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Os urbanos e os suburbanos

 

 Os urbanos e  os suburbanos

Sabemos que para Corbusier existiam duas classes de habitantes, os urbanos e os suburbanos; estes os que habitam em casas pequenas devido a sua condição social trabalham na periferia, na zona fabril, e não se deslocam ao centro, residem na cidade jardim para Corbusier a densidade era proporcional ao índice de superfície arborizada, em que a cidade devia estar atenta aos meios de comunicação “ a cidade que dispõe da velocidade dispõe do sucesso” pois ela esta dividida entre duas épocas a pré-maquinista e a maquinista, na cidade de hoje torna-se ainda mais evidente a procura da velocidade, inversamente proporcional na razão da unidade de tempo.

O urbanismo, hoje, tem em consideração as condições de habitação, de trabalho, de repouso e de circulação. O equilíbrio entre elas será procurado entre o homem e o seu meio. Para que a harmonia reine é necessário que a obra humana esteja solidária com a obra natural. A natureza fornece-nos ensinamentos ilimitados, revelando-se a vida nela. Arquitectura e urbanismo, meios através dos quais os homens fornecem à sua vida o enquadramento útil exprimindo assim, ao mais alto grau, os valores materiais e morais de uma sociedade.

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A suburbanidade

  A suburbanidade 

A história, que é arrasadora de equívocos, mostra bem que sem desenvolvimento material e económico, não há possibilidade de progresso social. A ausência de desenvolvimento económico na urbe é uma das razões mais fortes que ameaçam uma cidade, potenciando por isso a degenerescência gradual e irremediável do tecido social e urbano, esvaziando de referências e valores colectivamente aceites e respeitados, da incomunicabilidade e intolerância humanas, da degradação da qualidade de vida e da insegurança nas ruas.

A tendência para a suburbanidade insalubre e incaracterística, ilustrada pela ocupação da urbe com construção habitacional, em geral de má qualidade, pela especulação imobiliária, pela degradação dos parques habitacionais históricos, pela decadência das indústrias, e pela carência de zonas verdes e de espaços públicos de comunicação e socialização, pela marginalidade social, sempre acompanhada do aumento da criminalidade e da insegurança pública e, finalmente, pela depauperação dos valores da educação e da cultura.

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Arte na Cidade resumo para o seminário Arte, Educação e Sociedade 9/10junho

Arte na cidade

A Arte Urbana na Moita

Arte, Educação e Sociedade

O Estado das Artes – Artes, Educação, Políticas

J Convento dos Capuchos, em Almada

 * 09 06 06 * 20` _ José Manuel matos

 

 

 

 

 

 

Embora ainda não esteja(mos) preparados para estas “coisas da arte” se é assim que podemos dizer, venho aqui fazer uma reflexão convosco, pensamos que não é possível falar de arte, sem nos referirmos, concretamente, à maneira como nós(eu) a observamos, ou interagirmos, e portanto, isso quer dizer que as opiniões são obviamente subjectivas:

 

em ultima análise, tudo o que o homem faz envolve uma interacção com outro elemento. Ela está no centro do universo cultural e tudo decorre dela.

(Edward T.Hall 1994)

 

Estas “coisas” da arte ou Arte na Cidade (arte urbana) propõe uma nova modalidade de intervenção nas políticas municipais: interligando regiões, compreendendo os processos de reestruturação urbana, os elementos socio-culturais e as novas formas de ocupação.

A arte na cidade tende a não ser local, mas a abranger áreas mais amplas, a partir do território revitalizado pelos diversos processos físicos, quer públicos quer privados. O novo marketing urbano das cidades assenta no compromisso institucional, de promover e captar, eventos e iniciativas, que visem a criação de uma massa critica interna, com credibilidade e visibilidade externas.

Com a arte na cidade provoca-se re-articulações entre as diversas intervenções urbanas, (os recreios das escolas, os parques públicos, as zonas multiusos, as grandes superfícies, zonas pedonais, rotundas, estacionamentos, estações e apeadeiros, vias de circulação), ampliando o seu significado sócio-cultural e urbano, para além do próprio município.

 

 

 

Com arte na cidade podemos intensificar a percepção, por parte da população, do processo de desenvolvimento da cidade. Cada nova intervenção ou acção possibilita novas articulações, introduzido mais um vector no campo cada vez mais dinâmico, das políticas urbanas.

Temos observado que as acções bem-sucedidas na área da arte urbana são as que têm conseguido alargar a compreensão do contexto da vida local, sem se limitar ao historicismo e ao vulgar. Aprendemos que a abertura dos novos horizontes da promoção da arte urbana pode oferecer suporte a sociabilização e envolvimento em torno do tema da arte.

Neste sentido, um dos focos prioritários de acção deve ser o trabalho multidisciplinar, tendo por base o território local. Uma das estratégias para a efectivação destas propostas é a constituição de redes de compromisso inter-municípios, articulando agentes de diversos sectores privados e públicos nas mais diversas áreas.

Sobre as novas formas de arte na cidade devemos fazer uma reflexão colectiva, levantando os conceitos de cultura aprendidos e salientando a participação de todos no processo de implementação e sensibilização artística municipal. Devemos apontar, principalmente, o exercício da construção e transmissão de conhecimento vivido pelos habitantes destas cidades, lembrando-os que isso é participar da criação de cultura.
Isso vale também para as acções de participação, em especial na recepção de outras visões e na discussão das demandas junto dos criadores. Tal incorporação pode ser ainda instrumento para formação cultural com momentos de reflexão por parte da população.

 

Uma vedação construída por vizinhos tem um impacto bastante diferente de uma outra construída por guardas armados.

(Kevin Lynch1999)

 

As críticas que podemos fazer relacionam-se quase sempre com a participação nos processos de intervenção, da dicotomia entre as decisões que dizem respeito ao desenvolvimento social e ao desenvolvimento urbano; são sempre consideradas dificuldades relacionadas com uma participação mais alargada dos vizinhos.

Podemos referir que é incipiente capacidade de inovação por parte dos municípios nesta matéria, na fraqueza das reflexões e acções que visam a transformação das relações, entre os serviços que gerem os municípios os seus habitantes e os criadores.

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Rebecca Horn

Rebecca Horn

 

As criações de Horn são conhecidas pela sua característica mecanicista e tecnológica que se concretiza num funcionamento poético criando mecanismos que podem ilustrar a transformação dos estados naturais, com obras extremamente orgânicas e psíquicas que na realidade são consideradas uma extensão da essência Fisiológica-espiritual do nosso corpo.

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Nek Chand/Jardim de Sassi

Nek Chand/Jardim de Sassi

Chandigarh – India

  

O vale onde se localiza a cidade de Chandigarh está rodeado pelos montes Shiwalik junto aos Himalaias. Daqui podemos viajar em direcção ao norte, aos montes Shimla Kulu, Manali, Dharmashala e Dalhousie. Chandigarh não é a única moderna cidade do pais mas toda ela foi planeada na perfeição pelo arquitecto Francês Le Corbusier.

Perto do lago Sukhana existe a mais famosa fantasia mundial na cidade de Chandigarh chamada Rock Garden ou Jardins de Sassi.

Quando Corbusier projectou Chandigarh atingiu o vocabulário da linha e do geométrico, foi possível observar uma identidade particular na cidade indiana, este processo foi possível com a demolição de cerca de 20 vilas e outros tantos edifícios.

 

O jardim de Nek Chand é tão distinto e original quanto a obra de Corbusier, no entanto os materiais industriais e métodos artesanais de construção de Chand fundem-se com a moderna paisagem urbana, o conceito criativo, simbólico como complemento da visão monocular do universo da arquitectura contemporânea, sendo o termo jardim impróprio para descrever a obra de Nek Chand que atravessa agora as seis décadas de vida com uma visão tranquila e humilde do mundo, considerando o que trabalhou para implementar uma obra desta dimensão reconhecida internacionalmente em Paris, Washington, Baltimore, Londres.

De uma forma momentânea criou-se uma individualidade humana de criatividade nos tempos modernos, uma descarga transformada gradualmente numa singular coloração da paisagem, num mundo cada vez mais sensível ao ambiente Chand reforçou essa atitude. Com o uso combinado do refúgio e natureza como marca histórica da harmonia estética. A origem desta pequena área implantada num lugar que ao contrario das outras cidades indianas estava condicionado ao desenvolvimento e à construção de edificado Chandigarh era planeada cuidadosamente e só o desenvolvimento autorizado era permitido mas Chand sabendo isso encontrou a sua clareira bem no meio da floresta que agora é parte integrante e característica da cidade. Nek Chand é um artista autodidacta, que após o dia de trabalho inspeccionando as estradas indianas, carregava na sua bicicleta desperdícios urbanos e industriais para uma zona dentro da floresta virgem e de difícil acesso onde não era visível a aproximação da cidade, aqui trabalhou desde 1958 só com o conhecimento da sua mulher Kampla e alguns amigos, quando em 1972 o governo começou a desbravar a selva encontraram cerca de 2000 esculturas de vários tamanhos colocadas na paisagem, indignados com tamanha descoberta as autoridades locais nem queriam acreditar, a obra de Chand era completamente ilegal desenvolvendo-se em terrenos condicionados e que por isso deveria ser demolida toda a construção, durante esses dias a população local deliciava-se com a extraordinária criação na floresta assim como Chand recebia as primeiras reacções do mundo. Localmente empresários ofereceram materiais e transporte para começar uma 1ªfase o que deixou as autoridades locais indignadas e quando se aperceberam das proporções físicas e populares que o espaço atingia tentaram demolir a construção mas um cordão de pessoas e crianças locais demoveram os bulldozers, a opinião pública e os media foram papel determinante na consolidação e apropriação deste magnifico espaço. Só em 1976 as autoridades locais foram forçadas pela opinião pública para libertar Chand da sua função como inspector de estradas onde assumiram a responsabilidade de financiamento desta obra , nomeando Nek Chand director criativo e líder espiritual. A ele não só foi dado um salário como também cerca de 50 trabalhadores e um camião para continuar o seu trabalho, elaborando um plano complexo de recolha de detritos com vários pontos de recolha criando um dos grandes programas de reciclagem da Asia. Não só transformou desperdicios urbanos em peças de rara beleza como também utilizou vários tipos de materiais naturais.

O perímetro do jardim é definido por um muro de bidões usados com acabamento a cimento onde encontramos uma série de zonas interligadas por corredores estreitos e arcadas baixas, uma passagem por estas áreas transporta-nos a um lugar onde a dimensão se funde na representação do quotidiano das pessoas, esculturas com face de pedra, altos desfiladeiros e grandes quedas de água com pavilhões reais na decoração no topo das colinas. O contorno deste terreno têm significado especial na medida envolve a floresta com construído de significado e imaginação utilizando matérias já sem função nem uso resultado da evolução da cidade e das demolições que isso implica com o decorrer dos tempos. A vegetação aqui é espontânea quase como antes de 58 cresce numa base sólida criada pelo homem. Ao contrario de Chandigarh aqui nunca foi elaborado um plano para a realização deste espaço, simplesmente se desenvolveu e cresceu de uma forma faseada representando o homem e a natureza em sintonia. O discurso da possibilidade de encontrar beleza no inesperado e acidental que transmite a fragilidade do ambiente e das suas necessidades de conservação a uma escala mundial e a importância do desenvolvimento industrial em equilibrio com as práticas ambientais, aqui atesta-se a ingenuidade e imaginação do povo de Chandigarh assim como as suas preocupações globais como a apreciação da arte na expressão de ideias e problemas numa linguagem considerada universal.

Cordas e quedas de água, criaturas colocadas nos campos inclinados de cacos de porcelana e pedra em várias combinações. Pessoas, cães, ursos, pássaros, elefantes, criaturas híbridas e mitológicas podem ser encontradas neste jardim. Alguns grupos estão colocados de uma forma organizada por profissão, dançarinos, músicos enquanto outros retratos eclécticos de personagens e animais.  Elementos da sociedade indiana estão representados através de grupos de pessoas exibindo uma grande variedade de vestidos tradicionais reflectindo uma multiplicidade de ideias, atitudes e culturas. Um grupo de mulheres indianas a apanhar e transportar água representação do quotidiano da vida da mulher local que ocupa cerca de 30% do seu dia nesta actividade. As estátuas de animais encontradas no Rock Garden representam a diversidade da vida selvagem do subcontinente indiano, os pássaros, ursos  bailarinos que se observam ao longo das estradas de índole turística. O grupo de macacos colocados num plano inclinado de cacos de barro assumindo poses como que a observar quem passa imitando o que sempre se observou ao longo das estradas locais.


 

Esta intervenção ocupa cerca de 25 acres (1ha) e a vasta 3ª fase comecou em 1983 terminando em 1995, criaram-se desfiladeiros e quedas de água com palacios reais retratou-se o quotidiano das pessoas e da natureza, mas nestes últimos anos este quadro extravasou Chandigarh, colocando colecções e exibições do trabalho de Chand por Berlim, Paris, Londres, Madrid e Holanda, tendo doado cerca de 100 esculturas ao Capital Children`s Museum em Washington DC que levaram 6 meses a serem instaladas.

 

Agora mais de 5000 visitantes por dia observam esta criação sabendo que na india só o Taj Mahal têm mais visitantes o que não deixa preocupações no espirito sereno e tranquilo de Nek Chand que vê o jardim como o seu reino de Reis, Rainhas, Princesas, pessoas e animais que certamente vão habitar no paraiso para sempre como um presente de Deus para o mundo.

 

Rock Garden

Jardim de Sassi

Nek Chand

 

Barreiro 2006

José Manuel Matos

Arte Urbana

Maio de 2006

 

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