Arte na cidade
A Arte Urbana na Moita
Arte, Educação e Sociedade
O Estado das Artes – Artes, Educação, Políticas
J Convento dos Capuchos, em Almada
* 09 06 06 * 20` _ José Manuel matos
Embora ainda não esteja(mos) preparados para estas “coisas da arte” se é assim que podemos dizer, venho aqui fazer uma reflexão convosco, pensamos que não é possível falar de arte, sem nos referirmos, concretamente, à maneira como nós(eu) a observamos, ou interagirmos, e portanto, isso quer dizer que as opiniões são obviamente subjectivas:
em ultima análise, tudo o que o homem faz envolve uma interacção com outro elemento. Ela está no centro do universo cultural e tudo decorre dela.
(Edward T.Hall 1994)
Estas “coisas” da arte ou Arte na Cidade (arte urbana) propõe uma nova modalidade de intervenção nas políticas municipais: interligando regiões, compreendendo os processos de reestruturação urbana, os elementos socio-culturais e as novas formas de ocupação.
A arte na cidade tende a não ser local, mas a abranger áreas mais amplas, a partir do território revitalizado pelos diversos processos físicos, quer públicos quer privados. O novo marketing urbano das cidades assenta no compromisso institucional, de promover e captar, eventos e iniciativas, que visem a criação de uma massa critica interna, com credibilidade e visibilidade externas.
Com a arte na cidade provoca-se re-articulações entre as diversas intervenções urbanas, (os recreios das escolas, os parques públicos, as zonas multiusos, as grandes superfícies, zonas pedonais, rotundas, estacionamentos, estações e apeadeiros, vias de circulação), ampliando o seu significado sócio-cultural e urbano, para além do próprio município.
Com arte na cidade podemos intensificar a percepção, por parte da população, do processo de desenvolvimento da cidade. Cada nova intervenção ou acção possibilita novas articulações, introduzido mais um vector no campo cada vez mais dinâmico, das políticas urbanas.
Temos observado que as acções bem-sucedidas na área da arte urbana são as que têm conseguido alargar a compreensão do contexto da vida local, sem se limitar ao historicismo e ao vulgar. Aprendemos que a abertura dos novos horizontes da promoção da arte urbana pode oferecer suporte a sociabilização e envolvimento em torno do tema da arte.
Neste sentido, um dos focos prioritários de acção deve ser o trabalho multidisciplinar, tendo por base o território local. Uma das estratégias para a efectivação destas propostas é a constituição de redes de compromisso inter-municípios, articulando agentes de diversos sectores privados e públicos nas mais diversas áreas.
Sobre as novas formas de arte na cidade devemos fazer uma reflexão colectiva, levantando os conceitos de cultura aprendidos e salientando a participação de todos no processo de implementação e sensibilização artística municipal. Devemos apontar, principalmente, o exercício da construção e transmissão de conhecimento vivido pelos habitantes destas cidades, lembrando-os que isso é participar da criação de cultura.
Isso vale também para as acções de participação, em especial na recepção de outras visões e na discussão das demandas junto dos criadores. Tal incorporação pode ser ainda instrumento para formação cultural com momentos de reflexão por parte da população.
Uma vedação construída por vizinhos tem um impacto bastante diferente de uma outra construída por guardas armados.
(Kevin Lynch1999)
As críticas que podemos fazer relacionam-se quase sempre com a participação nos processos de intervenção, da dicotomia entre as decisões que dizem respeito ao desenvolvimento social e ao desenvolvimento urbano; são sempre consideradas dificuldades relacionadas com uma participação mais alargada dos vizinhos.
Podemos referir que é incipiente capacidade de inovação por parte dos municípios nesta matéria, na fraqueza das reflexões e acções que visam a transformação das relações, entre os serviços que gerem os municípios os seus habitantes e os criadores.